Imprensa Oficial e Fundação de Amparo à Pesquisa lançam na Bienal livros históricos sobre Alagoas
Coleções Raízes das Alagoas e Legado resgatam clássicos que discutem a construção da identidade alagoana e abordam personagens marcantes da história local
Myllena Diniz / Com fotos de Fabiana Santos
A Imprensa Oficial Graciliano Ramos e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), em parceria com a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), lançaram, nesta quinta-feira (17), as coleções Raízes das Alagoas e Legado, durante a 10ª Bienal Internacional do Livro, considerado o maior evento literário e cultural do Estado.
Com investimentos na ordem de R$ 500 mil, as coletâneas Raízes e Legado trazem ao público leitor mais de dez clássicos sobre a construção da identidade de Alagoas, que, há anos, estavam fora de circulação. As obras compreendem relevante arcabouço teórico para pesquisadores e entusiastas dos eventos, dos personagens e das transformações sociais que estabeleceram importantes marcos temporais na história alagoana.
A coleção Raízes das Alagoas pretende resgatar obras consagradas que dialogam sobre a formação social, cultural e econômica do Estado, mas que estavam ausentes dos catálogos das editoras comerciais. Lançada em 2019, a coletânea já reúne dez títulos e, em 2023, traz ao público mais sete: Geografia alagoana, ou descrição física, política e histórica da província das Alagoas, de Thomaz Espíndola; Alagoas em 1931, de Craveiro Costa; Os negros na história de Alagoas, de Alfredo Brandão; Escravidão nas Alagoas, de Félix de Lima Júnior; Estado de Alagoas, de Lêdo Ivo; Notas sobre poder, operários e comunistas em Alagoas, de Luiz Sávio de Almeida; e O banguê nas Alagoas: traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional, de Manuel Diegues Júnior.
Já a coleção Legado, inédita, é formada por biografias clássicas, escritas por autores alagoanos consagrados, sobre personagens históricos de Alagoas. A coletânea tem como objetivo promover a memória, por meio do resgate de histórias de personalidades com significativa contribuição para a política, a economia, a ciência e a cultura brasileira.
Fazem parte da coleção: O Visconde de Sinimbu – sua vida e sua atuação na política nacional, de Craveiro Costa; Ladislau Netto (1838-1894), de Abelardo Duarte; General de Gois Monteiro – o comandante de um destino, de Romeu de Avelar; Delmiro Gouveia – o Mauá do Sertão alagoano, de Félix de Lima Júnior; e O Barão de Penedo – a missão da palavra, de Ernani Méro.
Neta de Romeu de Avelar, pseudônimo do jornalista e historiador alagoano Luís de Araújo Morais, Isabela Martins destacou a emoção dos familiares diante do resgate da obra do escritor. “Eu tinha sete anos de idade quando meu avô faleceu, mas eu sinto que o conheço profundamente, como uma grande admiradora, porque li todas as suas obras. Foram anos pesquisando, procurando seus livros em sebos virtuais. E, graças à Imprensa Oficial, desde 2019, nó temos suas obras de volta às prateleiras, com Tântalos, Calabar e Devassos, que, particularmente, é o meu preferido”, ressaltou.
Parceria entre Governo de Alagoas e Ufal
As publicações conjuntas entre Imprensa Oficial, Fapeal e Edufal representam, no mercado das editoras, a parceria exitosa e o estreitamento dos vínculos institucionais entre o Governo de Alagoas e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que, pela primeira vez, assinam, juntos, a realização da Bienal Internacional do Livro de Alagoas.
Representando o governador Paulo Dantas, o secretário de Estado da Comunicação, Joaldo Cavalcante, destacou a relevância da união de esforços entre as duas instituições, como correalizadoras do maior evento literário local, do qual participam cerca de 400 mil pessoas, ao longo de dez dias de intensa programação cultural.
“Este é um momento, efetivamente, histórico para todos nós, porque reafirmamos uma identidade e um sentimento de pertencimento, quando vemos tanto conhecimento posto à disposição da sociedade – e isso tem tudo a ver com nossas raízes, nossos valores, nossas histórias. Quando nos reunimos, no primeiro momento, para fecharmos a parceria com a Ufal, já estava escrita a certeza de que essa grande extensão que a academia faz junto ao poder público estadual seria absolutamente vitoriosa e inédita”, destacou Joaldo Cavalcante.
O secretário da Comunicação ressaltou, ainda, a significativa contribuição do governo estadual para viabilizar novas publicações de autores alagoanos, por meio da injeção de R$ 1 milhão de reais em produção de livros, com recursos da Imprensa Oficial, da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) e da Fapeal.
“Já lançamos sete livros de autoras alagoanas. Hoje, mais de dez. Ao todo, são 30 títulos. É um número inédito, uma demonstração de resistência. É uma sinalização dessas instituições, de que devemos apostar na cultura, no resgate do hábito da leitura, na difusão de conhecimento. Por isso, deixamos a certeza de que, nas novas edições da Bienal, nós estaremos juntos à Ufal, novamente. Inclusive, com essa máquina editorial, que se chama Imprensa Oficial Graciliano Ramos, com a distribuição de informação, para que possamos debater, refletir e construir um Estado, cada vez mais, humano”, salientou.
Para o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, essa parceria entre as instituições teve início muito antes, por meio dos incentivos do governo estadual, diante dos cortes de recursos do governo federal, nos últimos anos, destinados à Ciência. “No momento de maior escassez de recursos do governo federal, o Governo de Alagoas, sobretudo, por meio da Fapeal, esteve presente, garantindo as bolsas dos mestrandos e doutorandos, tornando permanente o financiamento às pesquisas e dando todo o apoio necessário aos nossos programas de pós-graduação. Isso fez a diferença”, avaliou.
Tonholo ainda destacou o impacto das publicações lançadas, com exclusividade, na Bienal de Alagoas. “É um orgulho para a Ufal participar do lançamento de Raízes e Legado. São clássicos obrigatórios para a nossa leitura. E estamos fazendo isso em meio ao ineditismo de uma Bienal organizada, pela primeira vez, em parceria com o governo estadual, por meio de todas as suas secretarias. Isso tem feito, desta edição, a maior de todos os tempos. Uma oportunidade assim serve para transformar este Estado e torná-lo, ainda mais, acolhedor, com cidadania plena, diminuindo as desigualdades”, reforçou.
Maurício Bugarim, diretor-presidente da Imprensa Oficial, lembrou o compromisso do órgão como porta-voz do Estado de Alagoas no mercado editorial. “A Imprensa Oficial tem um compromisso permanente com o resgate e a preservação da história, da cultura e da literatura alagoanas. Chegamos à Bienal com a missão de representar Alagoas com o melhor que nosso Estado possui no segmento literário, por meio da valorização dos nossos escritores, do passado e do presente. E, ao longo destes dez dias, entregamos uma série de obras indispensáveis para os leitores alagoanos e, de volta, temos sido acolhidos pelo nosso público leitor, que tem respondido de forma bastante positiva à nossa programação”, pontuou.
Já o diretor-presidente da Fapeal, Fábio Guedes, lembrou que os lançamentos representam, também, uma celebração à literatura brasileira. “É um momento de festa. Então, viva o livro brasileiro. Viva o autor e a autora de Alagoas. Viva a Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Escrevam: este é o maior evento cultural do Estado de Alagoas já realizado nos últimos dez anos. São mais de 400 mil pessoas passando por aqui e, certamente, celebrando a paixão pelo livro, pela Cultura, pela Educação e pela Ciência”, destacou.
Onde adquirir os livros
Todos os livros das coleções Raízes das Alagoas e Legado encontram-se disponíveis no estande da Imprensa Oficial, na 10ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, até o dia 20 de agosto, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso.
Além disso, é possível adquirir as obras na loja física do órgão – situado na Av. Fernandes Lima, s/n, km 7, Gruta de Lourdes – ou na loja virtual, clicando aqui.