Imprensa Oficial Graciliano Ramos fortalece a presença feminina na literatura alagoana durante o Agosto Lilás
A coleção “Mulheres Extraordinárias” celebra a valorização das vozes femininas no cenário literário
Thaíssy Fontan com foto de Iuciran Vieira
No mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, a Imprensa Oficial Graciliano Ramos reforça seu compromisso com a representação feminina na literatura através da coleção Mulheres Extraordinárias. A coletânea traz a junção de sete obras de autoras que têm marcado o cenário cultural do estado. Cada título é reflexo da diversidade e profundidade das vozes femininas na literatura alagoana e abrange uma ampla gama de temas e estilos, entre eles antropologia, fotografia, gastronomia, poesia e ficção.
O diretor-presidente da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, Maurício Bugarim, destaca a importância da coleção. “ 'Mulheres Extraordinárias' é crucial para a representatividade feminina, pois celebra e dá voz às mulheres que moldam a identidade literária e cultural de Alagoas, destacando a riqueza e diversidade das suas experiências e expressões.”
Entre as autoras homenageadas estão figuras icônicas como Anilda Leão e Heliônia Ceres, cujas obras oferecem um profundo olhar sobre a cultura e a resistência feminina em Alagoas. Além delas, a coleção destaca trabalhos de escritoras contemporâneas, como Maria Heloísa Melo de Moraes, Anna Kelmany Araújo, Larissa Fontes, Mãe Neide Oyá d’Oxum e Edilma Acioli, que continuam a enriquecer a literatura alagoana com suas contribuições únicas.
Mulheres Extraordinárias
Anil da Cor do Céu, de Anilda Leão, é uma obra poética que reúne 53 poemas e um texto de encerramento. Organizado pelo escritor Milton Rosendo, o livro foi concebido em homenagem ao centenário de nascimento da escritora alagoana, que segue viva na memória de seus conterrâneos por seu legado marcado com sensibilidade e habilidade literária.
Olho de Besouro, de Heliônia Ceres, passeia entre o realismo fantástico. Com 13 contos reunidos, o livro também mostra histórias envolventes e misteriosas, com pitadas de terror. A autora com sua escrita única, cria narrativas que surpreendem e desafiam as fronteiras entre o real e o imaginário, consolidando seu lugar como uma das grandes vozes da literatura alagoana.
Ainda na coleção, o trabalho de Maria Heloísa Melo de Moraes é destacado, com a obra Cor, Som e Sentido – A metáfora na poesia de Djavan. Heloísa ressalta como a forma do cantor compor é diferente dos artistas da atualidade, ao deixar uma marca singular em suas músicas por meio de uma escrita poética, carregada de metáforas.
Anna Kelmany Araújo traz a antropologia alagoana em sua obra. A escritora e professora realça a identidade e a reterritorialização da presença quilombola de uma comunidade do agreste alagoano no livro Em Pau d’Arco Muitas Flores.
Também no âmbito da antropologia, Larissa Fontes, em O Dom do Segredo, utiliza a fotografia como uma poderosa ferramenta para inspirar o leitor a explorar e refletir sobre os rituais das religiões de matriz africana em Alagoas. Este trabalho é fruto do estudo de Larissa, no Mestrado em Antropologia.
Em Razão Mutilada a escritora Edilma Acioli analisa os contos do livro João Urso, obra-prima de Breno Accioly, sob a ótica da Psicologia de Carl Gustav Jung. A imortal da Academia Alagoana de Letras apresenta um visão homogênea, que prioriza a função analítica e didática das obras do autor.
Sem deixar de fora a culinária, em Wa Jeun, a chef Mãe Neide reúne a sua história e a cultura de povos pretos e indígenas de Alagoas em um só local. A obra que vai além do caráter gastronômico, transmite o conhecimento étnico e cultural, sobre a culinária do sagrado dos orixás e as ancestralidades da autora.
*Sob Supervisão